20 de setembro de 2013

Dimensionamento Mínimo dos Ambientes

Circulação: especialistas apontam as metragens mínimas para garantir a melhor distribuição e a passagem sem esbarrões.

Quem nunca se viu espremido entre a mesa e a cadeira para outra pessoa conseguir passar atrás? Essa é uma das situações mais emblemáticas do mau dimensionamento de ambientes e dos itens que os compõem. Mas pode-se escapar do problema: antes de montar a casa, saque a fita métrica, meça móveis e paredes e se certifique de que restará espaço para transitar. “É preciso criatividade, pois as moradias estão cada vez menores”, diz a arquiteta Elisa Gontijo. Assim, não há como seguir à risca a ergonomia ideal apontada em livros de arquitetura, e as metragens variam de acordo com as particularidades. “Porém, existem distâncias mínimas a serem praticadas”, enfatiza o designer de interiores Roberto Negrete. Para que você saiba como pôr em ordem os cantos mais apertados, montamos layouts de quatro cômodos, tomando como base móveis e eletrodomésticos de tamanho padrão e respeitando o mínimo exigido de área livre. Atenção: as ilustrações mostram portas de 80 cm de largura, pois essa medida permite a passagem de cadeirantes. Mas, em imóveis prontos, geralmente as passagens são menores: 70 cm em quartos e 60 cm em banheiros.

Disposição eficiente nas salas de estar e jantar

- Portas: a de entrada no imóvel costuma ser a mais larga, com 80 cm. Neste e nos demais ambientes, é fundamental deixar desimpedido o ângulo da abertura – só dispense essa recomendação no caso de modelos de correr.
- Circulação: 60 cm bastam para uma pessoa transitar sem aperto, portanto, tente manter essa medida em todas as áreas de passagem. Se receber a visita de um cadeirante, você precisará afastar os móveis.
- Jantar: a mesa quase encostada na parede libera mais espaço para a movimentação e possibilita até mesmo que um aparador ocupe a parede em frente, deixando uma largura disponível de 1,35 m. Note que entre um dos pares de cadeiras e a parede atrás dele sobram 60 cm, intervalo que proporciona conforto quando alguém se senta ou se levanta – caso as cadeiras tenham braços, aumente essa distância em 20 cm. Do lado oposto, a outra dupla de assentos está de costas para o acesso aos quartos. Por essa razão, ali deve ser deixado um caminho de 80 cm, a fim de não prejudicar a circulação mesmo quando alguém empurrar a cadeira para trás.
- Estar: para incluir uma mesa de centro em salas estreitas, só abrindo mão do padrão recomendado de 60 cm livres. Entre a mesinha e o sofá, e entre ela e a poltrona, a distância mínima aceitável é de 40 cm – ainda assim, será preciso passar de lado caso alguém esteja sentado. Se o rack tiver gavetas, que se estendem por cerca de 30 cm quando abertas, você necessitará deixar um intervalo maior, de 50 cm, desse móvel até a mesa.
- Sofá: entre o braço do estofado e a parede vizinha devem restar 10 cm, respiro suficiente para abrigar a cortina. A mesinha lateral também fica afastada alguns centímetros.
Cozinha: a área de trabalho determina os intervalos

- Circulação: estabeleça um corredor de 1 m de largura sem barreiras. A distância supera a de outros cômodos para garantir a mobilidade de duas pessoas – enquanto uma usa a bancada, a pia ou o fogão, a outra transita com segurança, já que muitas vezes é necessário carregar louças e pratos quentes.
- Portas: por causa dos eletrodomésticos, as aberturas nesse ambiente costumam medir 80 cm. Nesta planta, a porta de entrada e a da geladeira não podem ser movimentadas ao mesmo tempo. Na prática, isso não costuma ser um problema pois, no dia a dia, é comum que a cozinha permaneça aberta, com a porta encostada na parede lateral. Se preferir, adote um modelo de correr, como foi feito no acesso à lavanderia, junto do fogão.
-Eletrodomésticos: tenha atenção redobrada às posições da geladeira e do fogão. Como esses equipamentos geram calor, que precisa ser dissipado, não podem ficar encostados nas paredes nem nos móveis adjacentes. O manual técnico de cada produto informa os distanciamentos específicos, mas, de modo geral, o vão sugerido por nossos consultores é a partir de 10 cm de cada lado.
- Fogão: quando o forno está aberto, é importante que restem livres 65 cm ou mais para que se consiga agachar, tirar o recipiente do interior e levantar sem o risco de esbarrões.
O quarto pede corredores de 60 cm
- Cama: nas duas laterais, preserve a passagem mínima de 60 cm. Em uma planta como esta, essa largura possibilita que o morador se sente para calçar os sapatos e ainda admite dois criados-mudos, com folga entre o colchão e a parede.
- Guarda-roupa: mantenha também 60 cm desimpedidos à frente dele. Cada folha de um armário de três portas pede cerca de 45 cm quando aberta, e as gavetas podem chegar a 40 cm. Se optar por um modelo com profundidade maior, ele deve contar com portas de correr.
Banheiro pequenino, porém funcional

- Porta: em geral, mede 60 cm, abertura inviável para quem depende de cadeira de rodas. Com uma planta estreita e alongada – a exemplo desta, usual em apartamentos novos –, o banheiro tem de estar fechado para que se possa abrir a porta do gabinete da pia. O vão de entrada do ambiente determina a profundidade do móvel: já que previmos uma porta acessível, de 80 cm, a bancada fica com no máximo 48 cm.
- Vaso sanitário: os 60 cm entre ele e a parede oposta garantem o acesso ao boxe. Cada lateral da bacia deve distar ao menos 30 cm dos elementos vizinhos, o que dá mais conforto ao usuário e permite apoiar uma lixeira e uma papeleira no piso.
- Área de banho: 90 cm é a largura mínima para o boxe. Assim, o morador se agacha e se movimenta livremente enquanto se ensaboa, lava o cabelo e se enxuga.
Fontes de consulta: arquitetos Elisa Gontijo e Roberto Negrete, e livro Las Dimensiones Humanas en los Espacios Interiores, de Julius Panero e Martín Zelnik.

5 de setembro de 2013

Marcio Kogan

Graduou-se em arquitetura pela Universidade Mackenzie. Um dos mais destacados nomes da arquitetura contemporânea, Marcio Kogan, possui estilo próprio e sofisticado de projetar, priorizando as linhas retas, a decoração minimalista em tons neutros, amplos espaços. Tudo isso sem, contudo, incorrer na perda do conforto e aconchego.

Gosta de utilizar em seus projetos o contraste entre materiais naturais como: fibras, madeiras, pedras com produtos e materiais de alta tecnologia, criando assim a sua própria linguagem.
Suas obras primam pela plasticidade, impressionam pela leveza, simetria, refinamento e praticidade.

 Kogan é um dos nomes de referência dentro da arquitetura e um dos profissionais desta área mais premiados do país. O profissional se entende como o tradutor dos sonhos de seus clientes, sejam os projetos comerciais ou residenciais, e em cada um deles Kogan coloca em prática sua teoria de que a arquitetura deve emocionar e conquistar as pessoas. Depois de uma fase em que suas fachadas e espaços eram muito brancos e frios, o arquiteto passou a explorar e experimentar materiais inusitados, normalmente próprios ao local da construção, como pedras naturais e madeiras da região.

Suas principais obras:

Edifício Minneapolis
Casa Du Plessis, em Paraty
Casa BR, em São Paulo
Escola Berçário Primetime, em São Paulo
Museu de microbiologia, em São Paulo
Casa Mirindiba
Casa Osler
Hotel Fasano

Arquiteto Marcio Kogan


 Residência, Paraty, RJ.

Essa casa foi construída na praia de Santa Rita em Paraty para um casal de jovens colecionadores de móveis brasileiros do século 20. O desejo dos proprietários era de um lugar onde pudessem abrigar sua coleção de mobiliário e passar os finais de semana em meio à natureza. O acesso à residência é feito somente por barco.

Kogan desenvolveu um projeto que onde duas caixas de concreto foram engastadas na rocha. Os dois volumes se projetam da montanha, quase na altura da praia, num balanço de 8 metros. A estrutura engenhosa equilibra a construção na topografia do terreno e o que se pode avistar é um espaço habitável integrado à natureza quase intocada.

Uma piscina revestida com pedras brasileiras parece se confundir com o mar. Atravessando a ponte metálica sobre um espelho d’água, forrado de cristais, chega-se a uma escada que se conecta ao volume inferior da casa. É nesse espaço que se localizam os ambientes de estar, a cozinha e a área de serviço. Com 27 metros de extensão, o espaço interno é contínuo e a frente envidraçada oferece total aproveitamento da vista.

No volume superior estão localizados os quartos que são protegidos do sol e perfumados ao mesmo tempo por painéis feitos com gravetos de eucalipto. Os espaços voltados para a montanha têm pequenos pátios internos com entradas para luz natural.
A decoração segue a mesma linha clean de Kogan, com peças modernas que fazem parte da coleção dos proprietários. Na cobertura, o arquiteto projetou terraços com mirantes, de onde os moradores podem observar a mata atlântica. Ali também há um jardim para esculturas e cultivo de plantas medicinais e ervas comestíveis. O projeto da Casa Paraty foi premiado pela revista britânica Wallpaper no Design Awards 2010, na categoria "Best new private house".


 A tecnologia que permite um balanço de 8 metros não sobresalta aos olhos quando olhamos a casa, a paisagem natural juntamente com a simplicidade das formas continua sendo o que impressiona na obra.










O arquiteto faz uso de diversas texturas e materiais, e tira partido delas em conjunto com o volume de concreto.

Exemplo: Corte



Atualmente a equipe de Marcio conta com mais de 50 pessoas que ajudam no desenvolvimento dos projetos do Studio Mk27 que ganhou mais de 50 prêmios brasileiros e internacionais, com destaque para o Wallpaper Design Awards, Record House, D&AD “Yellow Pencil”, LEAF Awards, Dedalo Minosse e Barbara Cappochin; além de 3 vezes finalista no World Architecture Festival.


                  http://arqfolio.com.br/arquitetos/39
                  http://www.marciokogan.com.br/#/home

3 de setembro de 2013

Telhado Verde

O telhado verde é uma prática usada em arquitetura cuja finalidade principal é o cultivo de árvores e plantas nas coberturas de casa e edifícios. Através da impermeabilização e drenagem da cobertura dos edifícios, cria-se condições para a execução do telhado verde. Além da ideia ser sustentável e ecologicamente correta, transforma a área urbana em um local muito mais agradável, mudando a cor pálida e o converte em vida e alegria.


Um dos papas da arquitetura engajada, o inglês Guz Wilkinson, radicado em Cingapura, não economizou grama para criar este refúgio. Batizada de Meera House, na ilha de Sentosa, no sul do país, a casa materializou a busca de uma família hindu por privacidade e verde de sobra. Como a área do lote era reduzida (800 m²), Guz estendeu vistosos gramados sobre a cobertura dos dois pavimentos. “Assim, até nos andares superiores temos a sensação de estarmos no térreo, conectados com o jardim”, assinala o arquiteto. Além de suavizar o desenho, a solução ajudou a reduzir a temperatura interna da moradia em 5 ºC e, com amplas aberturas (na frente e nos fundos) que canalizam a brisa marinha, a promover conforto térmico sem o auxílio de refrigeração artificial. Para conservar o local naturalmente climatizado, o segredo é manter a vegetação umidificada por meio de um sistema de irrigação eletrônico com timer, acionado duas vezes ao dia. Quando a água sobre as plantas evapora, o teto transpira, se resfria e transfere frescor para todos os ambientes internos. Este telhado verde é do tipo mais simples possível. Como a cobertura teria grama e pouca vegetação de médio porte, o arquiteto previu a carga no projeto estrutural e distribuiu na área pontos de drenagem e irrigação. Então, as lajes foram impermeabilizadas e cobertascom mantas onduladas (para impedir que a terra escorra), brita e 30 cm de terra com compostos orgânicos. No brasil, algumas empresas fornecem sistemas prontos: Ecotelhado, Envec, instituto Cidade Jardim e remaster.

Outras fotos de projetos arquitetônicos com telhados verdes:






As vantagens do telhado verde:
- Ajuda na drenagem da água da chuva, reduzindo a necessidade de escoamento e sistemas de esgoto.
- Reduz a temperatura do ambiente e o barulho externo. 
- Dão mais vida e alegria a residência. 
- Diminuição da poluição. 
- Contribui para a melhoria do meio ambiente.

Vale lembrar que em 1920 Le Corbusier já definia terraço jardim como arquitetura moderna, e nos dias atuais, podemos também defini-lo como arquitetura sustentável, por uso de materiais que não agridem tanto ao meio ambiente.